6 de maio de 2012




E aqueles dias eram como se fossem facas amoladas a cortar meu corpo.
Entre fumaças de cigarros, um olhar perdido eum corpo desfalecido, eu caminhava sem rumo.
Preso nas horas e no meu próprio pensamento. As músicas eram as que povoavam minha mente.
Em meio a tantas faces, a minha era única.O caminho era o mesmo, todos os dias.Eu não temo o amor, e a imensidão de um universo tão grande. Mesmo em cem anos, eu não terei tempo de fazer tudo.
E para amar, como se deve amar quando se é verdadeiro, mesmo em cem anos...
Eu não terei tempo.

11 de junho de 2011

Aos que se interessam


Parece bobagem, exteriorizar o que sinto dessa forma. Mas sei que dentro não pode ficar, porque além de vazio, sou só pó.
Acreditei. Hoje me pergunto se o erro do ser humano é acreditar tanto.
Ilusão chegou. E veio sem avisar. Cruel e amarga, apunhalou pelas costas.
Molhou ainda mais as lágrimas. Aumentou o tempo e o sofrimento.
E quanto tempo fiquei a acreditar apenas só aumentando o sofrimento?
Esse foi o maior erro.

8 de junho de 2011

Je suis madale

"Quando amar demais...."

Estou Doente

Não sonho mais,
Não fumo mais,
Já nem sequer tenho historias,
Sou suja sem ti,
Eu sou feia sem ti,

Como uma orfã num dormitório,

Não tenho mais vontade de viver a minha vida,
Minha vida pára quando vais,
Eu não tenho mais vida e até a minha cama,
se transforma num cais,
Quando tu partes.

Estou doente,
Completamente doente,
Como quando a minha mãe saía à noite,
E me deixava sozinha com meu desespero,

Estou doente,
Perfeitamente doente,
Tu chegas, nunca se sabe quando,
Tu partes, não se sabe nunca para onde,
E vai fazer dois anos,
Que não dás a mínima!

Como a um rochedo,
Como a um pecado,
Eu estou agarrada a ti,
Estou cansada,
Estou exausta,
De aparentar felicidade,
Quando eles estão cá,
Bebo todas as noites,
Mas todos os Whiskies,
Para mim tem o mesmo sabor,
E todos os navios levam tua bandeira,
Não sei mais para onde ir, estás em todo lado.

Estou doente,
Completamente doente,
Verto o meu sangue em teu corpo,
E sou como um pássaro morto,
Enquanto tu dormes,

Estou doente,
Perfeitamente doente,
Privastes-me de todos os meus cantos,
Esvaziastes-me de todas as minhas palavras,
No entanto eu tinha talento antes da tua pele,

Esse amor mata-me,
Se continuar assim,
Vou morrer sozinha... comigo,
Perto do meu rádio,
Como uma criança idiota,
Ouvindo minha própria voz que cantará.

Estou doente
Completamente doente
Como quando a minha mãe saía à noite
E me deixava sozinha com o meu desespero
Estou doente
É isso! estou doente!
Privastes-me de todos os meus cantos,
Esvaziastes-me de todas as minhas palavras
E eu tenho o coração completamente doente
Cercado de barricadas
Estás a ouvir? Estou doente...

Amor incondicional


Uma canção linda com uma letra forte e que nos faz refletir sobre o amor incondicional e que nos marca para o resto da vida. Nossa base, nosso porto, nossa estrela guia.


Se Eu Pudesse

se eu pudesse
proteger-te-ia da tristeza em seus olhos
dar-te coragem num mundo de compromisso
sim, eu

se eu pudesse
ensinar-te-ia todas as coisas que eu nunca aprendi
e ajudar-te-ia a atravessar a ponte que eu queimei
sim, eu

se eu pudesse
tentaria proteger a tua inocencia do tempo
mas a parte da vida que dei-te nao é minha
vi-te crescer portanto podia deixar-te partir

se podesse
ajudar-te-ia a atravessar os anos de fome
no entanto sei que nunca posso chorar por ti
mas choraria
se podesse

Sim, se eu viver
Em um tempo e lugar onde você não quer estar
Você não tem que andar por essa estrada comigo
Meu passado não deverá ser o seu caminho

Se soubesse
Tentaria mudar o mundo em que te trouxe
Mas nao há muito que eu possa fazer
Mas faria
Se eu pudesse...

Oh baby
Eu só quero protegê-lo
E ajudar o meu bebé nos anos de fome
Porque você é parte de mim
E se você sempre sempre sempre precisar
De um ombro para chorar
Ou apenas alguém para conversar
Eu estarei lá, eu estarei lá

Eu não posso mudar o seu mundo
Mas eu gostaria
Se eu pudesse.

19 de maio de 2011

O segredo da galinha (Tiago de Oliveira)

Eu sempre achei que minha avó tinha algum defeito na cabeça, só não sabia o qual. Uma vez encasquetou com uma galinha na estante dos livros. Uma galinha de porcelana, branca e preta. Ela se balançava na cadeira de balanço de olho na galinha e a galinha de olho nela. Teve vontade de rumá-la ao chão de tanta raiva da danada, de olhos apertados a fitá-la. Era sentar para o ponto de cruz que a bicha se eriçava. Só faltava cacarejar. Se livra dessa peste, Catiana, ou dou um trato – rezingava rouca. Mas minha mãe, assim como eu, não via nada demais naquele bibelô, a não ser o fato de que estava velho e remendado. Passava um tempo e aquilo da minha avó passava. Aí andava pela casa como se nem percebesse a galinha. Até brincar de boneca brincava. Depois era um tal de limpar os cantos. Um tal de passar pano, de lavar banheiro. Minha mãe se irritava com medo de ela se arrebentar numa queda. Mas minha avó era danada demais. Parecia menina querendo ajudar a mãe na limpeza da casa. Embora não tivesse mãe, embora não fosse mais filha.

Era, de uma hora pra outra, que inventava de bordar as toalhas. Primeiro as de banho, depois as de mesa, depois nossas roupas. Tirava tudo dos armários. Minha mãe ficava azeda. E eu ria, só ria, mas nada entendia. Quando colocava tudo encima do colo e começava a tecer letras e animais, ela parecia uma mulher velha, de cara fechada e olhar apertado sobre o tecido e a agulha. Nada que lhe fosse perguntado era respondido. Minha mãe, esquecida como ela só, não tirava a galinha do lugar. Ela era quem não entendia nada. E minha avó, acho que medrosa, não ousava tocá-la. De longe, dava língua e dedo, xingava. Só uma vez, quando se encheu de coragem, arremessou o novo testamento, mas errou a mira. Podem não acreditar, mas, nessa hora, eu jurei ter visto a galinha rolar sobre os livros dando gargalhadas ruidosas. Não seria louco de dizer a minha mãe. Mas depois de um tempo, a galinha só enganava a ela. Eu e minha avó guardávamos cada um em sua solidão, o segredo da galinha. Só nós sabíamos que a galinha era a encrenqueira, que era ela quem primeiro espichava os olhos, só pra chatear.

Chegou um tempo em que minha avó, já fraca e de ossos que eram puro pó, mal agüentava o senta-levanta da cadeira, nem forças tinha pra outra vez tentar dar um jeito naquele demônio galináceo. Mas eu, já crescido, vi minha paciência ir embora com os anos. Foi quando uma vez ela resolveu ser meu algoz. Me encarava de um modo esquisito, com fúria no olhar miúdo. Desdenhava, pintava e bordava. Mas com comigo o buraco era mais embaixo. Quando nem mesmo eu esperava peguei a galinha com uma só mão e numa só vez, taquei-a contra o chão com toda força. Ela se repartiu em pedacinhos, ficou que era só poeira. Não sabia o que era bico, o que era asa, o que era olho. Nesse dia, vi brotar meio sorriso na boca murcha da minha avó que logo logo começou a se balançar na cadeira e a cantarolar baixinho. Ria sozinha pela casa como quem ria pra alguém. Era um tal de perguntar pelas bonecas e de tagarelar sem fim. Todos na casa estranhavam minha avó. No bairro a chamavam de doida. Mas há muito eu sei que minha avó não era louca, era menina cuja vida se tornou um inferno por culpa daquela galinha esquisita.

15 de maio de 2011

Chora



Chora sem lágrimas, chora com teu sorriso
Chora que tudo isso vai passar.
Chora e essa dor imensa vai acabar,
Chora para buscar um pouco de paz.
Chora que eu te escutarei,chora como eu canto,
Se livra do que te mata o coração.
Chora e compartilharemos a dor que teu corpo não quer descobrir
Chora não tenhas medo,
Sou uma alma sincera,chora amiga,amiga minha.

Deixe-o ir,amor não existe,deixa tua tristeza
Em um canto,abre a porta e vamos.
Pra que morrer?
Vai adiante
Se queres ar, felicidade e liberdade.

Senta-te aqui comigo
Fala-me dos teus sonhos,aqueles que sonhas tão feliz
Senta-te um momento,lutaremos em silêncio e nos voltará um céu azul
Que não te faça danos,
Que nunca mais te condene até o momento de morrer.

Deixe-o ir,amor não existe,deixa tua tristeza
Em um canto,abre a porta e vamos.
Pra que morrer? vai adiante, se queres ar e felicidade,liberdade.

Deixe-o ir, amor não existe,deixa tua tristeza
Em um canto,abre a porta e vamos.
Deixe-o ir, amor não existe
Um homem não é homem se não não pode amar.

12 de maio de 2011

Só o tempo


Só o Tempo
Quem pode dizer aonde vai a estrada ?
Para onde vão os dias ?
Só o tempo

E quem pode dizer se o seu amor crescerá
conforme seu coração escolher ?
Só o tempo

Quem pode dizer porque seu coração suspira
conforme seu amor flutua ?
Só o tempo

E quem pode dizer porque seu coração chora
quando seu amor morre?
Só o tempo



Quem pode dizer quando os caminhos se cruzam
que o amor deve estar
em seu coração ?

E quem pode dizer quando o dia termina
se a noite guarda todo o seu coração ?

Quem pode dizer se o seu amor crescerá
conforme seu coração quiser ?
Só o tempo

E quem pode dizer aonde vai a estrada ?
Para onde vão os dias ?
Só o tempo

Quem sabe?
Só o tempo